O município de São joão batista está de Luto no dia de hoje, é que no dia 27 de outubro de 1965, ocorreu um naufrágio de grandes proporções desastrosas na Baia de São Marcos, litoral maranhense.
Um dos sobrevivente, o Sr. Pedinho Duarte ou Pepé, como é conhecido, ficou bastante emocionado ao relembrar momentos de angústias que passou, já que sua esposa a Sr. Marinethe e sua filha com apenas 45 dias de vida estavam na lancha, "PROTEÇÃO DE SÃO JOSÉ", que fazia o transporte das pessoas na época a São Luis.
Pedinho comenta o que aconteceu no dia 27/10/65.
Estava de casamento rescente, logo veio minha primeira filha, só que teve algumas complicações de saúde, tivemos que levar ela e minha esposa a São Luis, já que o sistema de saúde no município era minguado. Saímos do porto da Raposa, que nessa época era a porta de entrada e saida de pessoas a capital. Estava na embarcação, nós três da familia e alguns amigos que hoje ainda estão vivos, é o caso de Kidinho, Batista e outros... Por volta das 23hs, alguns dos passageiros já estvam deitados em redes na lancha, só que Eu estava distânte de Marineth ( sua esposa ), quando ouvir o primeiro barulho forte, tipo um choque com alguma coisa... não demorou muito para ouvir o segundo barulho, foi quando levantei procurando minha filha e a esposa, não olhei mais elas a partir daquele momento, foi desespero total; pessoas gritando, e sem podermos fazer nada, já que era noite.
Marineth ao cair na água, conseguiu se apegar a um tambor, com ela estavam mais cinco homens, agarrados ao mesmo, acredito que eles foram fundamentais para não deixar ela desistir, assim conseguiram chegar ao seco. Das mulheres que estavam na lancha, apenas Marineth sobreviveu ao naufrágio.
Eu estava perdido, sem saber pra onde ir, foi quando Batista chegou próximo de mim, ele sabia nadar melhor do que Eu, perguntou sobre a família, disse: " já estão mortos ", não estava mais conseguindo nadar de cansaço, pedir que ele dissesse a minha familia que Eu tinha morrido, achava que não ia conseguir sair vivo, continuei a nadar, não demorou muito Batista me encontra novamente, começamos a nadar e em certo momento nós nos distânciamos um do outro, fiquei a vagar sozinho, em um certo momento que estava nadando em pé, sentir um peixe de porte grande passar perto de mim, a agua ficou gelada no momento, foi aí que pensei o pior... continuei a nadar sem rumo, por volta das seis horas da manhã tive contato com lama de uma ilha. Ao chegar no seco encontrei um amigo emcima de pedras sem roupa mandando o dedo e mão aos peixes dizendo " não foi desta vez".
Começamos a resgatar amigos e outras pessoas que se encontrava no local, só que meu pensamento estava na família, a todos que Eu olhava, perguntava se tinha olhado a " Marineth ", a resposta era que não! mais em momento algum, perdi a esperança, sempre achei que ela estava viva. Fomos sair na Estiva, lá tive que pedir dinheiro emprestado pra conseguir chegar em São Luis, conseguimos alugar uma Kombi, para transportar as pessoas.
Ao chegar no plantão Central em São Luis, o que tinha de pessoas a procura de parentes, ainda não tinha visto. Estava na casa de um amigo, foi quando passou um JEEP, coloquei o rosto fora da janela, o veículo já estava passando e tinha apenas uma mulher, conheci que era Marineth.
É o dia que tento esquecer de minha vida, mais não consigo, o filme volta sempre. Lamentamos muito por familiares que perderam seus ente queridos, como Eu e minha Esposa,que poderia ser também um dos que se foi no naufrágio.
O Sr. pedinho Duarte ficou muito emocionado quando começou a relatar os fatos, optamos por não colocar o áudio.
É o dia que tento esquecer de minha vida, mais não consigo, o filme volta sempre. Lamentamos muito por familiares que perderam seus ente queridos, como Eu e minha Esposa,que poderia ser também um dos que se foi no naufrágio.
O Sr. pedinho Duarte ficou muito emocionado quando começou a relatar os fatos, optamos por não colocar o áudio.
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